Geração Z vai representar 1/4 da força de trabalho e impõe desafios

Foto: Freepik

De dificuldades de comunicação a valores desalinhados, jovens enfrentam barreiras para o crescimento profissional

A Geração Z, composta por jovens nascidos entre meados da década de 1990 e início dos anos 2010, tem marcado presença no mercado de trabalho global. Em 2025, essa geração representará um quarto da força de trabalho mundial, segundo um relatório da consultoria McKinsey.

À medida que os jovens entram no mercado de trabalho, surgem novos desafios, tanto para as empresas, quanto para os “zoomers”, nome dado aos jovens da Geração Z. Pesquisas apontam que a nova força de trabalho pode apresentar dificuldades para se adaptar às práticas tradicionais do ambiente corporativo,

Para facilitar o processo, as empresas podem adotar me que aproximem os jovens dos métodos convencionais ou, ainda, incluir iniciativas mais próximas à realidade dessa geração.

Uma dessas práticas é criar organogramas online, por exemplo, que proporcionam uma visão clara da estrutura organizacional e das oportunidades de crescimento dentro da empresa, facilitando a comunicação e transparência nas relações de trabalho. Além disso, a disponibilidade de ferramentas digitais para organizar e compartilhar informações fortalece o sentimento de inclusão e pertença entre os colaboradores mais jovens.

Desafios da Geração Z no mercado de trabalho
O artigo “Geração Z E O Mercado De Trabalho: Desafios E Possibilidades” publicado no Journal of Business and Management aponta que a Geração Z além de ter características relacionadas a faixa etária, também possui algumas particularidades psicossociais e comportamentais.

Segundo o documento, esses jovens nasceram em um contexto de mudança tecnológica rápida e eventos globais significativos que remodelaram as perspectivas e aspirações da sociedade. Por isso, os zoomers são pessoas conectadas à internet que apresentam algumas preferências no que diz respeito ao ambiente de trabalho.

A Geração Z valoriza empresas alinhadas aos seus valores éticos, que tenham flexibilidade, lideranças humanizadas, colaboração corporativa e que ofereçam oportunidades de crescimento profissional. A visão repleta de expectativos, no entanto, nem sempre é correspondida ou supre as necessidades das organizações com vagas de emprego em aberto.

Segundo uma pesquisa realizada em agosto de 2024, 60% dos empregadores demitiram colaboradores da Gen Z poucos meses após contratá-los. Isso porque, a nova geração, apesar de ser diversa, motivada e mais emocionalmente consciente, também apresenta falta de iniciativa e escassez de habilidades de comunicação, por exemplo.

A pesquisa elaborada pela Resume Genius, apontou que para os líderes e gestores a Geração Z é a mais difícil de liderar. Já um estudo encomendado pela ResumeBuilder, destacou que mais de 30% dos recrutadores preferem contratar profissionais mais velhos aos candidatos dessa geração. A pesquisa também mostra que 30% tiveram que demitir um Gen Z após 30 dias do início do trabalho.

Como se adaptar

Apesar das pesquisas que mostram a visão negativa que alguns líderes, gestores e recrutadores podem ter do público mais jovem, as empresas precisam se reinventar e os zoomers também. Com expectativa de representarem ¼ da força de trabalho global, a não adequação desse público pode trazer prejuízos significativos às organizações.

As expectativas dos jovens podem ajudar as empresas a se adequarem, criando um ambiente de trabalho mais acolhedor ao público que está entrando no mercado de trabalho. O artigo “Geração Z E O Mercado De Trabalho: Desafios E Possibilidades” cita que a conectividade pode ser trabalhada de uma forma que favoreça os dois envolvidos.

Pensar em ferramentas e iniciativas pode ajudar a conectar os dois lados e a tornar o ambiente de trabalho mais confortável, melhorando a eficiência e resultados. Já em relação aos valores pessoais dos jovens, as empresas podem enxergar esse momento como forma de repensarem suas políticas, culturas e modelos de negócios para reter e atrair talentos da faixa etária.

Outra característica citada pelo artigo é que essa geração acredita que o sucesso não se mede mais pela velocidade com que são promovidos e chegam no topo da empresa. O conceito de realização para eles é encontrar equilíbrio entre vida pessoal e profissional, buscando um ambiente que se sintam realmente felizes.

Não é à toa que entre as prioridades desses profissionais, 58% quer trabalhar de forma híbrida ou remota e recusariam ofertas de emprego ou promoções que os fazem trabalhar presencialmente todos os dias. É o que aponta uma pesquisa da WeWork.

Em entrevista para a imprensa, a Aline Riccio, diretora sênior da Korn Ferry, aponta que para atrair a geração Z as organizações precisam promover a flexibilidade, fomentar uma cultura de feedback, investir em desenvolvimento profissional, valorizar a diversidade e inclusão.

Entretanto, a profissional destaca que não existe uma fórmula pronta para receber os jovens dessa geração no mercado de trabalho, mas que adequar as próprias organizações pode beneficiar tanto os novos colaboradores quanto às próprias empresas.