INCIDÊNCIA DE CASTRAÇÃO NOS ANIMAIS NO PERÍODO DE 2015 A 2016
Em virtude do aumento do número de animais errantes encontrados nas grandes cidades, da proliferação de doenças e zoonoses vinculadas a esse processo, além do aumento considerável de animais de estimação presentes nas regiões mais carentes dos municípios, busca-se encontrar soluções rotineiras, eficientes e economicamente viáveis para solucionar ou amenizar o problema (DINIZ, 2009, apud OLESKOVICZ et. al. 2009). Devido a isso, prefeituras, em parceria com universidades e organizações não governamentais (ONGS), vêm buscando cada vez mais programas de castração em massa com o intuito de reduzir o número de animais de rua (DINIZ, 2009, apud OLESKOVICZ et. al. 2009). Os métodos cirúrgicos de ovariosalpingohisterectomia (OSH) para fêmeas e orquiectomia total (OQ) para machos, são os mais usados para controle populacional de cães e gatos, levando à esterilidade e infertilidade permanente, através de alterações anatômicas obtidas com a cirurgia (MACEDO,2011, apud SOUZA et. al. 2013).
Tradicionalmente, no Brasil, a esterilização cirúrgica de cães e gatos é realizada a partir de seis meses de idade, quando se completa a primeira fase de maturidade física (SALMERI et. al., 1991, apud VOORWALD et. al., 2009). A castração cirúrgica é o método contraceptivo mais difundido, embora possam ocorrer algumas barreiras psicológicas dos proprietários que consideram esta técnica não compatível com o bem estar animal (IMMEGART & THRELFALL 2000, CLEVENGER & KASS 2003, GOMES et. al. 2003, SOTO et. al. 2006, apud SOTO et al. 2007). Em países desenvolvidos, o controle da natalidade da população animal e a educação em posse responsável têm se mostrado mais eficiente, ética e menos onerosa que a eutanásia, favorecendo a prevenção de zoonoses, contribuindo para a preservação do meio ambiente e consequentemente resultando em melhores condições de vida (INSTITUTO PASTEUR, 2000, apud SOTO et. al., 2007). A preocupação do controle populacional de cães e gatos não é uma preocupação recente. Em 1798, Thomas Malthus, conhecido como o pai da demografia, já alertava a necessidade de técnicas que levassem a esterilização precoce dos animais de estimação, evitando sua proliferação tão acentuada (MACEDO, 2011, apud SOUZA et. al., 2013).
Este trabalho tem como objetivo final avaliar quantos cachorros foram castrados, mostrar os benefícios da ovariosalpingohisterectomia (OSH) e da orquiectomia total (OQ), não só para o animal, mas também para seu dono, durante o período de janeiro de 2015 à agosto de 2016 no Hospital Escola Veterinário da Faculdade de Jaguariúna (FAJ)
MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa sobre casos de castração em cão aconteceu no Hospital Escola Veterinário (HEV) da Faculdade de Jaguariúna (FAJ), de janeiro de 2015 a agosto de 2016.
O grupo fez a coleta dos dados através do livro de casuística do hospital, após essa coleta de dados foi feita a contagem referente a quantidade de animais castrados, dentre eles, qual era a sua raça.
Com os dados em mãos criamos a nossa pesquisa em cima deles, mostrando os prós e contras da castração e formalizando uma média de quantos animais são castrados ao longo de um ano, obtendo como referência o Hospital da Faculdade de Jaguariúna
RESULTADOS & DISCUSSÃO
Encontra-se no Gráfico 1 a incidência da castração nos animais atendidos no período avaliado.
Gráfico 1. Incidência de castração
Pode-se observar no Gráfico 1 o atendimento de 4051 animais, dos quais 36 foram castrados.
Segundo Bittencourt (2009), foi realizado nos municípios do Vale do Paraíba (SP) com o objetivo de controlar superpopulação de cães. Foram realizados dois mutirões o primeiro dele em Redenção da Serra e foram castrados 40 animais, sendo (34 cadelas e 6 cachorros). No segundo mutirão que aconteceu em Lagoinha, foram castrados 30 animais sendo (25 cadelas e 5 cachorros). Em nosso trabalho realizado no Hospital Escola Veterinário de Jaguariúna, 2890 animais foram atendidos e apenas 31 desses animais foram castrados.
Encontra se no gráfico 2 a característica dos animais castrados no período avaliado.
Gráfico 2.Característica dos animais castrados
Observa-se que no gráfico 2, dos 36 animais castrados, 19 eram de raça definida e 17 de raça indefinida.
Encontra se no gráfico 3 dos cachorros castrados, quantos eram fêmeas e quantos eram machos.
Gráfico 3. Incidência de machos e fêmeas
Observa-se que no gráfico 3, dos 36 animais castrados, 27 eram fêmeas e apenas 9 eram machos.
Segundo Betubo et. al. (2006, p.1023) “Houve uma distribuição uniforme dos dados de acordo com o gênero dos animais (49,53% fêmeas e 50,47% machos). Somente 3,53% correspondiam a animais castrados (machos ou fêmeas)”. No nosso trabalho realizado do Hospital Escola Veterinário de Jaguariúna, em 2015, foram realizadas castrações em 31 animais (1%) do total de animais atendidos no ano que são, 2890 (99%), desses 1%, 8 são machos (26%), 23 fêmeas (74%), como mostra o gráfico a cima.
CONCLUSÃO
No ano de 2015, houve a maior incidência de ovariosalpingohisterectomia, já no ano de 2016 houve praticamente a mesma quantidade de orquiectomia e ovariosalpingohisterectomia.
BRAZOLIN, P. A. G.¹; CARVALHO, G.¹; CAVALLARO, A. M.¹; OGAWA, S. S. T..M.¹; PEDROSO, S. N.¹; RODRIGUES, M.¹; VENTURA, F. V. B.¹; BALIEIRO, C. C.²
- Discente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Jaguariúna/SP.
- Docente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Jaguariúna/SP.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BITTENCOURT, Daniela de Oliveira. Formação de um grupo de médicos veterinários que atuam no controle de cães e gatos no serviço público de municípios do Vale do Paraíba, SP. BEPA, Bol. epidemiol. paul. (Online), São Paulo, v. 6, n. 72, dez. 2009 . Disponível em: <http://periodicos.ses.sp.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-42722009001200003&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 09 nov. 2016.
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