Intervenção socioemocional na infância: relato de ação realizada por estudantes da UNASP em Santo Antônio de Posse

Durante uma ação realizada na noite do dia 10, com crianças da região no espaço Pró-Vida em Santo Antônio de Posse, os estudantes da UNASP de Engenheiro Coelho — Bianca Souza Pelosi, Henrique Silvestre Silbermann Kaibara, Clarisse Aline dos Santos Silva, Yara Soares de Souza Pelosi e Jusimeire Alves dos Reis da Silva — desenvolveram um projeto voltado ao reconhecimento e desenvolvimento emocional infantil.
Por que focar nas emoções das crianças?
Segundo os idealizadores da atividade, muitas crianças têm dificuldade em identificar ou compreender o que sentem — algo natural na infância. No entanto, a ausência de uma base sólida nesse aspecto pode trazer consequências no futuro. Por isso, o projeto teve como objetivo principal ajudar os pequenos a nomear seus sentimentos, entender suas reações e aprender estratégias para lidar com elas de forma saudável.
Quais são os sentimentos mais difíceis de lidar?
Durante a dinâmica conduzida pelos estudantes, sentimentos como raiva, medo e tristeza foram abordados. Contudo, o medo se destacou. Em uma atividade que envolvia a figura de um lobo, algumas crianças chegaram a chorar, evidenciando a sensibilidade diante dessa emoção. Isso reforçou a importância de acolher e trabalhar o medo com empatia e segurança.
O papel das escolas e da família
Tanto a escola quanto a família têm papéis fundamentais na formação emocional das crianças. Os estudantes destacaram que, infelizmente, o Brasil ainda apresenta grande precariedade quando se trata de educação emocional.
“A criança precisa aprender a identificar seus sentimentos desde cedo. Se ela cresce sem esse entendimento, torna-se um adulto que não sabe lidar com situações da vida e pode desenvolver transtornos como ansiedade e depressão.”
Sinais de alerta para os pais
É natural que crianças brinquem, se movimentem e expressem emoções com espontaneidade. Porém, sinais como apatia, isolamento, desânimo ou a recusa constante em brincar podem indicar que algo não vai bem.
“A atenção dos pais é essencial. É no dia a dia que se percebem as mudanças. Observar o comportamento infantil é fundamental para detectar possíveis dificuldades emocionais.”
A importância do exemplo e da escuta
Os estudantes ressaltaram que os pais também precisam cuidar de suas próprias emoções, pois isso reflete diretamente na forma como ajudam seus filhos.
“Muitas vezes, o adulto não sabe regular suas emoções e acaba transmitindo isso à criança. Um ambiente seguro, com bons exemplos, é essencial para o desenvolvimento saudável.”
Além disso, reforçaram a importância da escuta ativa:
“É preciso escutar com atenção e observar com sensibilidade. Muitas vezes, a criança manifesta o que sente de forma indireta. Cabe aos adultos compreender o que está por trás do comportamento.”
Considerações finais
Cuidar da saúde mental das crianças é investir em um futuro mais equilibrado, empático e consciente. Os estudantes também incentivaram as famílias a buscarem apoio psicológico sempre que necessário, lembrando que existem serviços gratuitos e comunitários disponíveis na região.