Os cafés especiais do Circuito das Águas Paulista já dominam o mercado do interior paulista e grande parte do Estado de SP
Os cafés especiais do Circuito das Águas Paulista já dominam o mercado do interior paulista e grande parte do estado de São Paulo, e até mesmo, outras localidades do país. Dos mais de 30 cafeicultores associados da ACECAP – Associação dos Produtores de Cafés Especiais do Circuito das Águas Paulista, alguns até já exportam.
No momento, os esforços da entidade de representatividade destes cafeicultores estão voltados para a conquista da IG – Indicação Geográfica .
Ela que vai certificar, garantir e assegurar a credibilidade da qualidade e visibilidade dos cafés da região que compreende o Circuito das Águas Paulista. É simples. Para entender melhor, basta pensar no famoso queijo da Canastra. Trata-se de uma localidade que até no nome, tem sua origem garantida e ficou assim, famoso.
A ideia da ACECAP é a mesma, garantir a visibilidade dos cafés pela associação, imediatamente ligada aos nomes e por consequência, junto a origem.
Por isso, eventos, treinamentos constantes pelo SEBRAE, concursos elegendo os melhores cafés, estão há algum tempo, sendo realizados, garantindo cada vez mais a alta qualidade e reunindo todos os cafeicultores da ACECAP. E vão além destas ações.
Investimentos constantes nas plantações, torrefações e no lançamento de novos tipos de cafés seguem também, acrescidos do Turismo Rural do Café. Isso mesmo. Aproveitam suas grandes propriedades para colocar à disposição visitas nas plantações, no acompanhamento de processos, em “aulas” de como fazer o melhor café caseiro (com baristas) e até sediam eventos com o famoso cafezinho em acompanhamentos harmonizados dos melhores “quitutes” caseiros, além de manterem acomodações para quem prefere descanso unido a Natureza e a rusticidade da presença garantida do verde.
Já pensou? Acordar com o canto dos pássaros, longe da poluição sonora e ambiental e junto da melhor mesa do café da manhã da roça? Os destinos já são famosos e muito procurados, sim. É o chamado Turismo de Experiência, uma nova modalidade do Turismo Rural!
Números, tendências e curiosidades
Bem, já deu para notar a força do interior paulista e no segmento cafeicultor. Na atualidade, impossível separar estas localidades e municípios do trajeto ou roteiro nacional do café. Segundo o Mapa – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, já no século 19, São Paulo tornou-se a metrópole do café, com o progresso chegando ao interior, onde surgiram bancos para atender às necessidades financeiras da produção e, apoiando a industrialização do País;
Também, segundo a Conab, a safra brasileira, em 2018, foi de 59,90 milhões de sacas de 60 kg de café beneficiado, cultivados em Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Rondônia, Paraná, Rio de Janeiro, Goiás e Mato Grosso, Amazonas e Pará;
O País é o maior produtor e exportador de café e segundo maior consumidor da bebida no mundo. É o 5º produto na pauta de exportação brasileira, movimentando US$ 5,2 bilhões em 2017. Atualmente a produção da espécie arábica está concentrada nos Estados de Minas Gerais, como maior produtor, seguido por São Paulo, Espírito Santo e Bahia.
Esses quatros estados concentram 85% da produção nacional dessa espécie, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento – Conab. A cafeicultura brasileira é, no mundo, uma das mais atentas às questões sociais e ambientais, havendo uma preocupação em garantir a produção de um café sustentável. A atividade cafeeira é desenvolvida com base em rígidas legislações trabalhistas e ambientais. São leis que respeitam a biodiversidade e os trabalhadores envolvidos na cafeicultura, com rigorosa restrição a qualquer tipo de trabalho análogo à escravidão ou infantil.
Os produtores brasileiros preservam florestas e fauna nativa, controlam a erosão e protegem as fontes de água. A busca do equilíbrio ambiental entre flora, fauna e o café é uma constante e assegura a preservação de uma das maiores biodiversidades do mundo. As leis trabalhistas e ambientais brasileiras estão entre as mais rigorosas entre os países produtores de café.
A cada ano aumentam os investimentos em certificações, que promovem a preservação ambiental, melhores condições de vida para os trabalhadores, melhor aproveitamento das terras, além de técnicas gerenciais mais eficientes das propriedades, com uso racional de recursos. O volume expressivo de cafés sustentáveis produzidos anualmente e a alta qualidade e diversidade das safras brasileiras fazem do Brasil um fornecedor confiável e capaz de atender às necessidades dos compradores nacionais e internacionais mais exigentes.
Ainda segundo pesquisas comprovadas, 70% da agricultura cafeeira tem raiz na agricultura familiar e de pequenos agricultores.
Nesse contexto, vale também ressaltar o VBP do café (Valor Bruto da Produção), nas cinco regiões geográficas brasileiras, a saber: Região Sudeste, com faturamento de R$ 21,93 bilhões. O faturamento bruto total das lavouras brasileiras em 2018, atingiu o montante de R$ 383,87 bilhões, o qual foi calculado com base no volume produzido e nos preços médios recebidos pelos agricultores dos 21 principais produtos agrícolas. Assim, constata-se que o ranking dos cinco produtos que apresentaram maior faturamento é o seguinte: soja, em primeiro lugar, que equivale a 37% do faturamento total; em segundo, cana-de-açúcar – R$ 61,08 bilhões (16%); milho, em terceiro – R$ 47,12 (12%). Na sequência, em quarto lugar, algodão herbáceo, com R$ 33,99 bilhões (9%); e, por fim, o café, que figura em quinto lugar nesse ranking nacional, com R$ 24,92 bilhões, cujo faturamento representa 6,5% do total.
A bienalidade é um fenômeno da cafeicultura, sobretudo do café arábica, que alterna produção maior em um ano e menor no ano seguinte.
No que concerne exclusivamente aos Cafés do Brasil, a partir de julho de 2014, as edições do VBP- Valor Bruto da Produção, passaram a ser disponibilizadas no Observatório do Café do Consórcio – Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café.
Números de interesse
Produção de café no Circuito das Águas Paulista: 4mil sacas para grandes produtores, de 500 a 2mil sacas para médios produtores e de 50 a 300 sacas para pequenos produtores;
Hectares plantados entre os municípios: Serra Negra possui 2523hectares de plantação de café, seguido por Socorro com 2365ha., Amparo com 900ha., Monte Alegre do Sul com 486ha., Águas de Lindóia com 342 ha., Lindóia com 133 ha.,Pedreira com31 ha., e Jaguariúna e Holambra, que atualmente não têm área produtiva de café, mas que já comercializam. Portanto, o Circuito das Águas Paulista soma 6780hectares só de plantio de café da mais alta qualidade
Sobre a ACECAP
A ACECAP ( Associação dos Produtores de Cafés Especiais do Circuito das Águas Paulista) foi fundada dia 26 de Janeiro 2018, registrada como empresa e inclui/representa nove municípios do interior paulista, tidos como os maiores produtores do café do interior.
Foi muito importante esta união por conta da introdução nos concursos de qualidade através da Associação Comercial de Santos e em especial, por iniciativas do Sindicato Rural de Amparo, que começou a coordenar os concursos regionais no Circuito das Águas Paulista, e os resultados motivaram os produtores a ir em busca de qualidade. Ao verem que estavam tendo bons resultados inclusive no Estado de SP, se motivaram a obter a IG – Indicação Geográfica para marcar a qualidade à região. Os aromas e fragrâncias são característicos de cada região.