WORKSHOP COM ALUNOS DA UNICAMP PROMOVE A PRESERVAÇÃO DO MURO DE TAIPA DO CEMITÉRIO

O trecho preservado do muro de taipa centenário do Cemitério Municipal da Saudade foi objeto de estudo do workshop ‘Preservação & Reparo’, que aconteceu sexta-feira (27). O evento foi promovido pela Prefeitura de Mogi Mirim, em parceria com o Cedoch (Centro de Documentação Histórica de Mogi Mirim Joaquim Firmino de Araújo Cunha) e a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Houve uma intervenção com técnicas de limpeza e de consolidação estrutural da parte preservada do muro.

Fruto de um processo arquitetônico aplicado em 1898, constituído de barro compactado e estacas de madeira, o muro de taipa é um monumento tombado pelo município por meio da lei 3136/1999. Com o projeto de preservação elaborado juntamente com o Cedoch, a Prefeitura de Mogi Mirim realizou uma audiência pública em novembro de 2022. O objetivo na ocasião era dialogar com a sociedade a proposta de manutenção do muro.

Na oportunidade, foi autorizada a preservação de um trecho, já que o restante precisava ser retirado devido aos danos sofridos com o tempo. O trecho preservado foi coberto, numa ação envolvendo a iniciativa privada. Agora, com a participação da Unicamp, foi feito um trabalho de limpeza e de retirada de resíduos. Esse processo foi conduzido pelo professor e arquiteto Marcos Tognon, que trouxe seus alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unicamp.

O grupo chegou ao Cemitério na sexta-feira pela manhã, sendo recepcionado pelos historiadores Carmen Bridi e Valter Polettini, representantes do Cedoch. Marcos Tognon dividiu os alunos em equipes, para que pudessem, num primeiro momento, realizar uma documentação técnica dos seis trechos de muro de taipa remanescentes. Os estudantes fizeram um levantamento das patologias, que são os problemas encontrados no muro, como vegetação, fissuras e outras anormalidades.

Esses detalhes foram apontados pelos alunos por meio de desenhos com medidas. Também houve a identificação das características construtivas e suas camadas, alturas e elementos de construção. Os alunos fizeram apontamentos gráficos e registros fotográficos.

LIMPEZA E RESTAURO

A partir dessa análise, os alunos realizaram a limpeza de resíduos de material não compatíveis com a construção, como vegetação, cimento e sujeira, assim como a conservação preventiva da estrutura preservada.

Nesse trecho, foi constatada uma ameaça de queda, com uma fratura interna do muro. Com o uso de uma argamassa especial, a base de cal e pó de telha, foi feita a consolidação estrutural. O mestre de restauro José Edson dos Santos aplicou a técnica, para observação dos alunos.

Marcos Tognon deve retornar a Mogi Mirim em duas semanas para retirar a forma colocada para consolidar o trecho. Uma documentação técnica será preparada pelos alunos, com cópias para a Prefeitura e para o Cedoch. “Foi uma ação muito importante para preservação desse trecho do muro”, avaliou o professor.